sexta-feira, 23 de fevereiro de 1996

Leitura de mim mesmo.

        Era em um banco da praça que observava as pessoas,

Homem, mulher, criança, cada ser que ali passava, Nenhum passante escapava do meu olhar, Pois sempre tive o dom de ler os corações, Seus sofrimentos, angústias, desejos, em suas expressões.

Estranho garoto, com comportamentos únicos, Modos peculiares e papo intrigante até hoje, Já acreditei em muitas coisas, mas hoje, As antigas fascinações já não me tocam, Sou entusiasta do novo, das ideias, do mundo que roda, Política e religião, não me prendem mais, nem um segundo.

Sinto-me livre como um paraquedista em queda livre, Quero experimentar a intensidade da vida, com suas dores, Sem que alguma divindade interfira ou me faça acreditar, É por conta própria, essa é a minha forma de caminhar.

Há momentos na vida em que me sinto estranho e único, Mas comigo, é sempre assim, do acordar ao dormir, Um dia, enquanto observava as pessoas na praça, Pisquei os olhos e vi um homem me encarando, Parado como uma estátua, observando cada detalhe, Não deixei que me encarasse sem retribuir o olhar.

Ele se aproximou, seu peito batendo forte, Senti o ar quente de sua respiração, Olhando-o, vi o medo em seus olhos, E perguntei: "-Você tem medo de algo ou alguém?" Ele suspirou e respondeu: "-De você!"

Foi então que percebi, diante do espelho estava, Encarando a mim mesmo, num momento de introspecção, Refletindo sobre minha própria estranheza, Em meio às multidões, uma alma em busca de direção.

Já viu um D?

Já viu um D? Isso mesmo. Um D de verdade. Um D sem defeito. É lindo ver um D bem desenhado, decorado. Minha mãe prefere o dourado. De qualqu...