quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O menino que ninguem lembra mais.

A história do menino que sonhava em ser baterista foi perdida, negligenciada pelo mundo. Ele se lembrava das vezes em que improvisava baquetas com varetas de bambu, tocando sua bateria imaginária com paixão em panelas, baldes e latas vazias. Os vizinhos ouviam o som, mas ninguém se importava em entender o que ele sentia.

Ninguém se lembrava dos dias em que ele se sentava sozinho na laje de casa, olhando para as nuvens com olhos vazios. Ali, na solidão, muitas vezes adormecia com o coração repleto de vazios e desejos não realizados. Ele era invisível para os outros, não era convidado para dançar no baile da escola, não era escolhido para os grupos de trabalho ou para jogar futebol. Era apenas uma sombra que passava despercebida.

Mas o que ninguém sabia era que, enquanto os outros jogavam bola, ele observava atentamente as trilhas das formigas, identificando-se com aquelas pequenas criaturas que trabalhavam incansavelmente em busca de um propósito, assim como ele buscava um sentido para sua existência solitária.

Ninguém se lembrava se ele jogou ou não, se o jogo terminou ou não, ou se ele sequer foi ao jogo. Afinal, ninguém se importava o suficiente para notar sua presença. Ninguém conhecia seu verdadeiro eu, ninguém se preocupava em descobrir quem era seu professor ou como ele conhecia a cidade inteira, viajando de ônibus sozinho aos oito anos, driblando a catraca como se fosse apenas mais um obstáculo a ser superado.

Até hoje, aquele menino não se lembrava de receber elogios, apenas dos dias em que sua alma ansiava por caminhar sozinha, buscando respostas em sua própria solidão. Era invisível, esquecido por todos, um ser solitário e melancólico, cujas emoções eram sufocadas pela indiferença do mundo ao seu redor. Ele se recordava apenas das ausências, dos vazios e da sensação de ser um estranho em um mundo que parecia não ter lugar para ele.

Já viu um D?

Já viu um D? Isso mesmo. Um D de verdade. Um D sem defeito. É lindo ver um D bem desenhado, decorado. Minha mãe prefere o dourado. De qualqu...