quarta-feira, 3 de setembro de 1997

Odeio escola, mas adoro o recreio.

Dia 1.

Animado com o que iria acontecer e ansioso, minha mãe me arrumou para ir à escola pela primeira vez. Eu tinha apenas cinco anos. Não tínhamos carro e o ponto ficava bem longe. Já com um uniforme de camisa branca, calça e blusa azul marinho e um tênis vermelho e branco, caminhávamos até o ponto de ônibus onde dezenas de pessoas já estavam na fila aguardando a chegada do ônibus.

Ao chegar na escola, entrei tranquilo, pois minha mãe me acompanhou até a porta da sala, e foi lá que as coisas ficaram difíceis. Eu não queria que minha mãe me deixasse ali. A escola era composta por dois edifícios de dois andares cada e dois pátios, e o refeitório que ficava no meio dos dois blocos.

Não era um lugar ruim. A escola era muito boa e tinha algo que eu gostava muito: uma fanfarra.

Todas as vezes que eu saía para o intervalo, ficava parado observando aquela banda formada por estudantes, marchando e tocando, comandada pelo professor Moysés. O pátio tinha um piso quadriculado vermelho que escorregava o suficiente para brincarmos de correr e escorregar.

Nessas horas de lembranças, penso o quanto tudo poderia ter sido diferente.

Deus realmente não existe, e não tenham isso como um ato provocativo. Às vezes, a dor é grande por não ter tido a oportunidade de fazer o que tinha que ser feito.

Adorava o laboratório de ciências e o que ainda na década de 80, o laboratório de informática com aqueles computadores gigantes e suas impressoras matriciais que imprimiam formas em um papel contínuo e destacável. A biblioteca era pequena, mas era um lugar muito agradável para estar.

Ter amigos era um pouco difícil, já que a maioria não se interessava por um menino calado e quieto. Nunca fui de fazer bagunça em sala de aula. Já tive algumas encrenquinhas na escola, mas nada sério, as quais eu resolvia reagir. Já nas outras confusões, eu terminava apanhando na frente de todos.

O nome da professora era Ana e a Cida era a inspetora de alunos. Elas me tratavam bem. Gostava delas e me sentia protegido por elas.

Passado algum tempo na escola, foi se criando uma imagem muito ruim da diretoria que ficava entre os blocos, mas do lado oposto do refeitório. Uma área quadrada com um grande jardim ao meio cercava as salas da diretoria, sala dos professores, secretaria, entre outros. Naquele jardim vivia uma tartaruga, na qual era muito difícil de vê-la, pois se escondia entre as vegetações. Eu queria muito ir lá para ver a tartaruga.


Passado algum tempo na escola, foi se criando uma imagem muito ruim da diretoria que ficava entre os blocos mas do lado oposto do refeitório. Uma área quadrada com um grande Jardim ao meio cercava as salas da diretoria, sala dos professores, secretaria entre outros. Naquele Jardim vivia uma tartaruga na qual era muito difícil de vê-la por se esconder entre as vegetações naquele jardim. Queria ir muito lá pra ver a tartaruga.

Passado algum tempo na escola, foi se criando uma imagem muito ruim da diretoria que ficava entre os blocos mas do lado oposto do refeitório. Uma área quadrada com um grande Jardim ao meio cercava as salas da diretoria, sala dos professores, secretaria entre outros. Naquele Jardim vivia uma tartaruga na qual era muito difícil de vê-la por se esconder entre as vegetações naquele jardim. Queria ir muito lá pra ver a tartaruga.

Passado algum tempo na escola, foi se criando uma imagem muito ruim da diretoria que ficava entre os blocos mas do lado oposto do refeitório. Uma área quadrada com um grande Jardim ao meio cercava as salas da diretoria, sala dos professores, secretaria entre outros. Naquele Jardim vivia uma tartaruga na qual era muito difícil de vê-la por se esconder entre as vegetações naquele jardim. Queria ir muito lá pra ver a tartaruga.

E 3 horas se passaram e alguém me acorda. Eu estava sentado num banco de madeira na secretaria da escola bem em frente a um balcão onde atendiam às pessoas ali. Eu havia perdido o ônibus que me levaria de volta para casa. Ali fiquei até que minha mãe fosse me buscar. E 3 horas se passaram e alguém me acorda. Eu estava sentado num banco de madeira na secretaria da escola bem em frente a um balcão onde atendiam às pessoas ali. Eu havia perdido o ônibus que me levaria de volta para casa. Ali fiquei até que minha mãe fosse me buscar. E 3 horas se passaram e alguém me acorda. Eu estava sentado num banco de madeira na secretaria da escola bem em frente a um balcão onde atendiam às pessoas ali. Eu havia perdido o ônibus que me levaria de volta para casa. Ali fiquei até que minha mãe fosse me buscar.

sábado, 16 de agosto de 1997

Coisas de Criança de Coisas.

Talvez você nunca tenha me visto antes, ou seja, alguns dos meus conhecidos amigos distantes. Eu sempre brinquei dizendo que tinha tantos amigos que poderia contá-los nos dedos de uma única mão e ainda sobrariam dedos. Era apenas uma brincadeira. Nunca quis ter poucos amigos, mas foi exatamente isso que a vida me deu.

Alguns consideram como amigos aqueles que pouco falam conosco, mas eu exijo um pouco mais. Encontros em nossas casas, trocas de conversas e longas conversas. Amigos estão sempre ali, para o que der e vier.

Pensando bem, nunca tive muitos amigos. Não! Tive sim, mas eles eram pequenos como eu e sofriam as mesmas coisas que eu na escola. Um dia decidi ser amigo de alguém maior que eu, alguém que me protegesse, mas foi inútil, pois recebi uma "voadora" no peito como resposta.

Foi ainda quando eu era pequeno que percebi as vantagens de viver e estar sozinho o tempo todo. Ninguém me importunava, me chateava, me humilhava, ou qualquer outra coisa ruim que você possa encontrar no dicionário. Era de fato muito difícil tentar fazer novas amizades. Eles já tinham o seu próprio grupo.

Eu não falava gírias, não fazia nada de errado e para ser amigo dos mais velhos, eu teria que fazer coisas maliciosas, mas eu não sabia fazer nada disso. Sempre perdia nas brincadeiras, sempre me encontravam no esconde-esconde, sempre me pegavam no pega-pega e eu... não pegava ninguém.

Lembro de muita coisa, e ao mesmo tempo, não me lembro de nada. Não queria lembrar mesmo. Sei que alguém estragou tudo. Alguém passou dos limites e me empurrou para o fundo do buraco. Não vi nenhuma luz e acabei me acostumando a viver ali. Sinto-me bem, embora não pareça. Sou calmo, não brigo, não busco confusões e sempre quero ficar sozinho.

Você já ficou sozinho alguma vez? Sei que pode parecer ruim não ter com quem compartilhar, mas o bom de gostar de estar sozinho é que quando alguém te deixa lá, você já se sente em casa e a pessoa que te empurrou acreditará que será o seu fim e que você não se levantará mais.

Não poderia ser tão difícil conseguir novos amigos. Todo mundo tinha novos amigos e sempre os apresentava. Mas o que fazer numa era não digital? Conversar, diria o meu psicólogo. Mas como conversar se não sei conversar? Falar do tempo? Futebol? Ditadura Militar? Falar sobre o quê? Com quem e como?

Durante anos, não quis buscar entender o que acontecia comigo diante desses bloqueios, não me importava, pois sempre me dei bem com a solidão e resolvia meus problemas sozinho. Conheci a cidade de São Paulo ainda criança e aos 9 anos já sabia andar por toda parte sem ajuda de algum adulto.Talvez você nunca tenha me visto antes, ou seja, alguns dos meus conhecidos amigos distantes. Eu sempre brinquei dizendo que tinha tantos amigos que poderia contá-los nos dedos de uma única mão e ainda sobrariam dedos. Era apenas uma brincadeira. Nunca quis ter poucos amigos, mas foi exatamente isso que a vida me deu.

Alguns consideram como amigos aqueles que pouco falam conosco, mas eu exijo um pouco mais. Encontros em nossas casas, trocas de conversas e longas conversas. Amigos estão sempre ali, para o que der e vier.

Pensando bem, nunca tive muitos amigos. Não! Tive sim, mas eles eram pequenos como eu e sofriam as mesmas coisas que eu na escola. Um dia decidi ser amigo de alguém maior que eu, alguém que me protegesse, mas foi inútil, pois recebi uma "voadora" no peito como resposta.

Foi ainda quando eu era pequeno que percebi as vantagens de viver e estar sozinho o tempo todo. Ninguém me importunava, me chateava, me humilhava, ou qualquer outra coisa ruim que você possa encontrar no dicionário. Era de fato muito difícil tentar fazer novas amizades. Eles já tinham o seu próprio grupo.

Eu não falava gírias, não fazia nada de errado e para ser amigo dos mais velhos, eu teria que fazer coisas maliciosas, mas eu não sabia fazer nada disso. Sempre perdia nas brincadeiras, sempre me encontravam no esconde-esconde, sempre me pegavam no pega-pega e eu... não pegava ninguém.

Lembro de muita coisa, e ao mesmo tempo, não me lembro de nada. Não queria lembrar mesmo. Sei que alguém estragou tudo. Alguém passou dos limites e me empurrou para o fundo do buraco. Não vi nenhuma luz e acabei me acostumando a viver ali. Sinto-me bem, embora não pareça. Sou calmo, não brigo, não busco confusões e sempre quero ficar sozinho.

Você já ficou sozinho alguma vez? Sei que pode parecer ruim não ter com quem compartilhar, mas o bom de gostar de estar sozinho é que quando alguém te deixa lá, você já se sente em casa e a pessoa que te empurrou acreditará que será o seu fim e que você não se levantará mais.

Não poderia ser tão difícil conseguir novos amigos. Todo mundo tinha novos amigos e sempre os apresentava. Mas o que fazer numa era não digital? Conversar, diria o meu psicólogo. Mas como conversar se não sei conversar? Falar do tempo? Futebol? Ditadura Militar? Falar sobre o quê? Com quem e como?

Durante anos, não quis buscar entender o que acontecia comigo diante desses bloqueios, não me importava, pois sempre me dei bem com a solidão e resolvia meus problemas sozinho. Conheci a cidade de São Paulo ainda criança e aos 9 anos já sabia andar por toda parte sem ajuda de algum adulto.

segunda-feira, 17 de março de 1997

Não entendi o que você disse.

Ter dificuldade para falar é complicado. Principalmente quando temos vergonha de falar ou de ficar perto de algum grupo. Basicamente ninguém percebe que você não quer ficar em determinado lugar e te obrigam a ficar ali para interagir, conversar se socializar. É como se algo me perturbasse e me forçasse sair dali.

Fico tenso quando alguém me pergunta algo que ainda não tenho resposta. Minha mãe diz que eu atrasei a fala e até os 7 anos, ainda tinha dificuldade de comunicação. Eu era calado, não falava muito e completamente indiferente ao que acontecia. Não sentia saudades de nada e de ninguém, mas tinha um olhar que gravava qualquer situação, pessoas ou coisas. Sempre fui muito observador e os pequenos detalhes eram os que mais me atraíam. Assistir desenhos ou filmes comigo é um pouco complicado, pois observo muito e comento de mais, atrapalhando os outros com minhas observações.

Desde minha infância, eu gostava de jogos eletrônicos. Sempre que sobrava alguns trocados e que meus pais me davam, eu corria para os bares da região e gastava tudo em fichas para jogar nos fliperamas. Não era bem o que meus pais gostavam de ver, mas eu gostava de jogar.

Estar em um outro lugar e viver como se não estivesse aqui era o que eu mais sonhava. Os jogos eram para mim uma especie de fuga. Eram os jogos que me trazia calma e vontade explorar o mundo mais que explorar o mundo real. Estar conectado a tecnologias hoje me traz vontade de nunca mais dormir e estar sempre acordado para ver o que será, qual sera e como será sem perder um único segundo.

Desde criança, não durmo bem à noite além de todos os finais de semana, eu passar noites em claro assistindo TV até a chegada do computador e internet. Aí as coisas melhoraram pois tive mais opções para quando ficar acordado.

O futuro nunca existirá e no futuro, não existirei também. O futuro nunca existirá e no futuro, não existirei também. O futuro nunca existirá e no futuro, não existirei também.




sexta-feira, 17 de janeiro de 1997

No dia 13 e vou.

Com os pés cheios de poeira e calçando um chinelo de dedos, eu caminhava sem rumo pelas ruas do meu bairro. Era uma rotina que eu tinha desenvolvido ao longo dos anos, uma forma de escapar da monotonia do meu cotidiano. Eu seguia a rua de casa até o fim e voltava pela rua de cima, sem pressa, sem destino certo.

Não havia muita coisa bonita naquele bairro, exceto pelo apelido do meu vizinho, que era conhecido por todos como "Bonito". Mas mesmo ele não era motivo suficiente para me fazer ficar por ali. Eu precisava estar só, buscar minha própria companhia e encontrar respostas para as perguntas que me atormentavam.

Minha mãe já estava acostumada com as minhas escapadas. Sempre que eu precisava de algo novo ou simplesmente queria fugir da rotina, eu dizia a ela: "- Mãe, vou ali!". Talvez ela pensasse que eu estaria na casa de algum amigo na vizinhança, mas na verdade eu pegava minha bicicleta e ia longe, muito longe.

Às vezes, optava por ir de trem ou de metrô, explorando diferentes partes da cidade. Eu observava as pessoas ao meu redor, fazia julgamentos sobre suas vidas e refletia sobre a minha própria existência. Era uma forma de autoconhecimento, uma busca incessante por entender quem eu era e encontrar a paz interior.

Eu gostava de ficar sozinho, em meio à agitação da cidade. O barulho dos carros, o movimento das pessoas, tudo isso me acalmava de alguma forma. Eu me sentia parte do mundo, mas ao mesmo tempo me sentia distante, como se estivesse observando tudo de uma perspectiva única.

Nessas caminhadas solitárias, eu encontrava um refúgio. Longe das preocupações do dia a dia, eu podia refletir sobre minha vida, minhas escolhas e minhas emoções. Às vezes, encontrava respostas, outras vezes apenas mais perguntas. Mas o importante era o ato de buscar, de me permitir explorar e me conhecer melhor.

Eu aprendi a apreciar a solidão, a encontrar beleza nas pequenas coisas ao meu redor. Um pássaro cantando, uma flor desabrochando, uma criança sorrindo. Esses momentos simples me traziam uma sensação de plenitude e me lembravam que a vida é feita de detalhes.

Com o tempo, percebi que não precisava ir tão longe para encontrar o que buscava. A resposta estava dentro de mim, nas minhas próprias experiências, nas minhas emoções e nas minhas escolhas. Eu comecei a me aceitar mais, a valorizar quem eu era e a encontrar a calma que tanto buscava.

Hoje, mesmo com os pés ainda cheios de poeira e o chinelo de dedos nos pés, eu caminho pelas ruas do meu bairro com um olhar diferente. As mesmas ruas que antes me pareciam monótonas e sem graça, agora têm uma nova luz. Eu encontro beleza nas pequenas coisas, nos detalhes do cotidiano, e aprendi a valorizar a minha própria companhia.

Já viu um D?

Já viu um D? Isso mesmo. Um D de verdade. Um D sem defeito. É lindo ver um D bem desenhado, decorado. Minha mãe prefere o dourado. De qualqu...