quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Seu filho é Autista

"-É isso mesmo. Sei que é difícil, mas tudo irá ficar bem."

Essas foram as palavras do neurologista quando perguntei após alguns resultados de exames e análises - Meu filho é autista? É isso, doutor? - foi a minha indagação.

As terapias e exercícios recomendados pelos médicos especialistas são uma forma de auxiliar no desenvolvimento e na adaptação da criança com autismo ao ambiente ao seu redor. Cada criança é única e pode apresentar diferentes necessidades e interesses, por isso é importante buscar orientação profissional para identificar as melhores abordagens para o seu filho.

A rotina diária com meu filho tem sido uma jornada de aprendizado constante. Aprendemos a lidar com suas particularidades e a valorizar cada pequena conquista. Às vezes, é um desafio encontrar atividades que o estimulem sem sobrecarregá-lo, mas estamos sempre buscando novas estratégias.

Os momentos de socialização também são um aspecto importante na vida do meu filho. Ele adora brincar com outras crianças, mas nem sempre é fácil encontrar ambientes e situações que sejam adequadas para ele. É preciso encontrar um equilíbrio entre permitir que ele interaja com os outros e respeitar sua necessidade de isolamento quando ele se sente sobrecarregado.

A educação escolar também tem sido um desafio para nós. A carta da diretora relatando as dificuldades que meu filho enfrenta na escola foi um choque, mas também nos fez perceber a importância de trabalhar em parceria com os professores e equipe escolar para criar um ambiente inclusivo e adaptado às necessidades do meu filho.

Os estímulos visuais sempre foram um ponto de interesse para o meu filho. Ele pode passar horas observando objetos que giram ou têm movimentos repetitivos. Aprendemos que esses estímulos visuais podem ser usados de forma positiva em suas terapias e exercícios, ajudando-o a focar e se concentrar em outras atividades.

A falta de conhecimento prévio sobre o autismo foi um desafio para nós como pais. Aprendemos que o autismo é um espectro, com uma ampla variedade de características e comportamentos. Cada criança com autismo é única e tem suas próprias necessidades e habilidades. Estamos em constante aprendizado sobre o autismo e buscando informações e recursos para melhor apoiar nosso filho.

As preocupações com o futuro também têm sido uma constante em nossas mentes. O que será do meu filho quando crescer? Ele será capaz de se adaptar ao mundo ao seu redor? Será compreendido pelos outros? Essas perguntas muitas vezes nos deixam apreensivos, mas também nos incentivam a buscar o melhor suporte possível para garantir um futuro brilhante para nosso filho.

É importante lembrar que, apesar dos desafios, o autismo também traz muitas alegrias e momentos especiais. Meu filho tem uma visão única do mundo, com uma sensibilidade e uma perspectiva únicas. Ele nos ensina a valorizar as pequenas coisas e a apreciar as diferenças em cada pessoa.

No entanto, também enfrentamos momentos difíceis e frustrantes. Lidar com episódios de meltdowns (colapsos emocionais) e com a dificuldade de comunicação tem sido um desafio constante. Às vezes, é difícil entender o que meu filho quer ou precisa, e isso pode ser frustrante para ambos.

O Segundo Ano. Seu filho é Autista.

Cada dia fica ainda mais claro a existência de algum problema na comunicação. Ele ainda não balbuciava nenhuma palavra como "papai" ou "mamãe" e sempre que falava, a falava sem a mínima consciência ou vontade de falar. Comunicamos o fato para a sua pediatra que nos aconselhava a não dar nada a ele que ele não pedisse. E assim tentávamos fazer, pois ele não pedia absolutamente nada, só nos levava ao que ele queria.

A ansiedade dele chegar aos dois anos foi grande. Uma expectativa de ouvi-lo falar, cantar empolgado o "parabéns para você", mas não foi bem isso que vimos. Continuávamos vendo uma criança bem distante de uma conversação, de uma formação de frases. Foi aí que minha cabeça começou a viajar no mundo das doenças e distúrbios da mente. Colocamos ele numa fonoaudióloga para melhorar a fala, o que ajudou muito. Os exercícios que ela passava foram de extrema importância para o início de centenas de palavras que ele viria a falar. Coisas novas para nós. O que para muitos não era interessante para uma criança da idade dele, para nós se tornou uma grande vitória. Ouvir ele pedindo para esperar, pedindo água ou qualquer outra coisa foi fundamental para descobrirmos que ele realmente tinha algumas dificuldades.

Ele então entra na escola, uma associação bem estruturada com profissionais de alta qualidade, com uma diretoria excelente, e faziam até então um bom trabalho junto ao meu filho. Conseguiram notar seu jeito de pedir para ir ao banheiro, por exemplo. Mas tinha algumas coisas que ele se recusava a fazer, como pegar filas, ficar em círculos e ouvir histórias, embora fizesse todas as atividades corretamente como contado na história.

Da fono para um neuro. Ou melhor, DOIS neuros. Queríamos algo bem concreto em relação ao meu filho. Ele não formava frases, não se interessava pelo chamado e algumas vezes achei que ele sofresse de dislexia, mas muitas coisas que uma criança disléxica tem ou faz, ele não fazia. Com inúmeros resultados de exames, fomos aos neuros para tirar nossas dúvidas e as respostas foram totalmente opostas uma da outra.

Uma dizia que ele não tinha nada e que era normal para uma criança daquela idade. Já o outro aconselhou que pesquisássemos sobre a Síndrome de Asperger. Até que, em um retorno ao pediatra, ele disse que nosso filho sofria de um tipo leve de autismo.

A corrida contra o tempo havia começado, correndo atrás de instituições que pudessem cuidar dele, encontramos um lugar no Butantã. Ficamos lá por quase duas horas e o meu filho foi observado por uma psicóloga que chegou a questionar o diagnóstico dado pelo neuro, dizendo que o meu filho ficaria recuperado antes dos cinco anos de idade.

E agora? Em quem acreditar?

Já viu um D?

Já viu um D? Isso mesmo. Um D de verdade. Um D sem defeito. É lindo ver um D bem desenhado, decorado. Minha mãe prefere o dourado. De qualqu...