quarta-feira, 14 de janeiro de 1998

Deserto?

Quando estamos no deserto, a única certeza é que nos próximos 20 dias, 60 dias, o que veremos é deserto. Areia. A paisagem é a mesma durante esses dias, e muitas vezes nos sentimos perdidos, sem referências, sem saber o que esperar. Mas, nesse ambiente árido e aparentemente vazio, algo incrível pode acontecer. O deserto nos convida a olharmos para dentro de nós, a nos questionarmos "quem somos nós?"

Em meio à imensidão do deserto, somos forçados a olhar para dentro de nós mesmos, a enfrentar nossos medos, inseguranças, desejos e sonhos. A ausência de distrações externas nos obriga a encarar nossos próprios pensamentos, emoções e verdades mais profundas. A solidão do deserto pode nos levar a uma jornada interna de autoconhecimento, onde nos confrontamos com nossos aspectos mais sombrios e também descobrimos nossas virtudes.

É nesse momento que aprendemos a apreciar a areia, que antes parecia monótona e sem vida. Passamos a enxergar a beleza nas pequenas coisas, nas sutilezas do deserto. Aprendemos a valorizar cada gota de água, cada brisa, cada pôr do sol. Descobrimos que mesmo em meio à aridez, há vida pulsante e beleza escondida.

O deserto também nos ensina sobre a resiliência e a capacidade de adaptação. Aprendemos a lidar com a escassez, a enfrentar os desafios do ambiente hostil, a encontrar soluções criativas para os problemas que surgem. Aprendemos a ser pacientes, a perseverar mesmo quando tudo parece difícil. Aprendemos que, assim como o deserto tem suas estações, a vida também é feita de ciclos e transformações.

Além disso, o deserto nos convida a refletir sobre nossa essência, nossos propósitos e nossos valores. Quando nos distanciamos do ruído do mundo exterior, temos a oportunidade de nos reconectar conosco mesmos, de nos perguntarmos quem realmente somos e o que realmente importa em nossa vida. O deserto nos incentiva a buscar uma compreensão mais profunda de nós mesmos e de nosso lugar no mundo.

Portanto, quando nos encontramos no deserto, é uma oportunidade de olhar para dentro de nós mesmos e mergulhar em uma jornada de autoconhecimento. É um convite para apreciar a beleza nas coisas simples, aprender com os desafios, ser resilientes e refletir sobre nossa essência. Pois, no final das contas, o verdadeiro tesouro do deserto está dentro de nós, e é através dessa jornada interna que encontramos o verdadeiro significado de nossa existência.

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